quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Porque poucos são escolhidos?




Atos 6.3 “Portanto, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de bom testemunho, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregamos deste ministério. 4 Quanto a nós, nos devotaremos à oração e ao ministério da Palavra.”

Olha que boa proposta, tão boa que a igreja primitiva a aceitou de imediato, deixa bem claro como devem ser as lideranças da igreja em todos os tempos.

Pessoas preparadas não somente na faculdade também de Teologia, possuir uma boa oratória, fazer parte de uma panela, saber gritar até arrepiar todos os cabelos do corpo, se vestir como um modelo italiano, presenciar todos os cultos da sua igreja e ter todos os trejeitos de crente, para ser líder eclesiástico ou de um povo que pretende entrar na eternidade tem que haver mais que isso.

Para sermos reconhecidos, não pelas pessoas, porque as pessoas tem tendências a preferir um ou outro, mas pelo Dono do Evangelho ao qual pregamos, devemos enquadrar nos Seus pré-requisitos. Caso não moldamos assim, apenas escandalizamos o evangelho.

 “Bom ministro, mas todos nós somos seres humanos e falhamos e pecamos e temos a natureza do pecado do homem caído e somos fracos e tem o Faustão, os programas de domingo com mulheres semi nuas, tem o instagram, há ainda o facebook, e essas mulheres que estão andando com essas roupas sensuais hoje em dia, está difícil, dá um desconto.”

Homens que já possuem bom testemunho são homens de bom caráter, homens que já são cheios do Espírito, são homens livres de envolvimento com as concupiscências da carne e os homens que já são sábios sabem se comportar nas redes sociais e viver neste mundo sem se contaminar e ainda conseguem ajudar aos fracos conduzindo os a Fortaleza que é Cristo. 

“Que é isso ministro? Como seremos tão bons?” Sendo irrepreensíveis como Paulo recomenda e estudando a Palavra para isso.

A Palavra nos ensina que devemos nos encher do Espírito quando diz: “enchei-vos do Espírito” essa ordem é muito direta e diz claramente que devemos nos encher, não é pedir para Deus nos encher e sim SE ENCHER do Espírito, é uma obrigação sua, nossa, porque é de dentro para fora que os frutos nascem, é de dentro para fora que surgem as ações de bem, é de dentro para fora que o Espírito transborda, já que Ele faz morada no seu ser. 

A Glória de Deus desce e enche um Lugar mas o Espírito se destaca onde ele mora. Ou não acredita na Palavra?

Antes que perguntem, eu digo: o homem deixou a  natureza do pecado quando nasceu de novo. 

Como assim? Jesus o filho de Deus veio a esse mundo sem pai humano de propósito e sua mãe era uma mulher de Deus e como ainda era adolescente quando foi escolhida por Deus, não havia se contaminado com o pecado e ainda não havia perdido a inocência e pureza do nascimento, aquela pureza que Jesus mencionou quando defendeu a aproximação das crianças, então Jesus nasceu Puro sem a herança espiritual terrena e sim direta do Seu Pai.

Quando o homem deixa a descendência de Adão por meio da morte para esse mundo e renasce em Cristo no momento da conversão, então o homem passa do império das trevas e passa para o Reino do Filho de imediato, o Espírito renasce por meio da ligação do homem com seu criador. 

O homem nascido novamente não tem passado, tudo se fez novo o tornando uma nova criatura tirando toda a possibilidade de colocar a culpa na fraqueza para o pecado na velha natureza já que ela não existe mais. 

Nos tornamos semelhantes ao nosso Irmão em Deus por sermos descendência dEle. 2 aos Coríntios 5.17-21 Leia sua bíblia. Romanos 7:24-25. Romanos 8:1-17. leia Romanos não como a tradição diz e sim o que realmente está escrito. Aos Galatas 4:1-7.

Ser de bom testemunho ou de boa fama como em alguma versões nos indica que o homem de Deus antes de assumir um liderança ou de assumir um mistério ele deve ser reconhecido pelas pessoas pela sua integridade e distanciamento do pecado, sendo um ótimo esposo sabendo que sua família é seu primeiro ministério, um bom pai que ensina com exemplos, um bom visinho, um bom colega de trabalho e por último um bom crente.

O homem sábio edifica suas relações. Se livra das concupiscências da carne e dos olhos e se livra da soberba da vida para não repetir o erro do Adão. 

Jesus foi levado ao deserto para ser tentado pelo diabo assim como Adão e Eva o foram,  Lhe dando a oportunidade de resgatar todo o domínio  e autoridade sobre os homens e se estamos em Cristo essa autoridade nos pertence. 

Os demônios nos respeitam quando os damos ordens, a autoridade é nossa e por meio do poder do nome de Jesus é efetivada em nós. O poder é de Deus mas há uma autorização confiada a nós para fazermos a obra de Cristo com possibilidade de fazermos obras maiores que Cristo fazia. 

Só para constar: conheço estórias de homens de Deus que já ressuscitou mais de 15 pessoas, Jesus, pelo menos não foi registrado, não fez reviver tantos.

Então Líderes não coloquem a culpa da incompetência em conduzir o povo de Deus imaculadamente aos céus na sua Natureza porque ela já é outra. 

Não confunda o não desenvolvimento dos Frutos do Espírito que já estão no nosso ser, implantados com a ligação do nosso espírito com o de Deus fazendo morada em nós com a falta de vergonha na cara e a falta de domínio próprio. Gálatas 5:22-25.

Sejamos competentes e reluzentes refletindo Cristo, externando Amor, distribuindo boas obras, exemplo vivo de seguidor e representante de Jesus na Terra. Temos o Espírito Santo e a Palavra para nos conduzir e nos orientar nesse caminho. 

Ore, peça sabedoria, se capacite na Palavra e se encha o Espírito, seja um representante fiel e a altura do cargo de servo que você se propôs a submeter no Reino. 

A palavra Ministro significa Servidor, não somos chamados para sermos servidos mas para dar o melhor do nosso trabalho ao Pai e a seus filhos. É uma Grande honra servir a mesa desse Pai.   

Wagner Wieira





quinta-feira, 17 de outubro de 2019

A Alma católica dos evangélicos







Os evangélicos no Brasil nunca conseguiram se livrar totalmente da influência do Catolicismo Romano. Por séculos, o Catolicismo formou a mentalidade brasileira, a sua maneira de ver o mundo (“cosmovisão”).
O crescimento do número de evangélicos no Brasil é cada vez maior – segundo o IBGE, seremos 40 milhões neste ano de 2006 – mas há várias evidências de que boa parte dos evangélicos não tem conseguido se livrar da herança católica.

É um fato que a conversão verdadeira (arrependimento e fé) implica uma mudança espiritual e moral, mas não significa necessariamente uma mudança na maneira como a pessoa vê o mundo. 
Alguém pode ter sido regenerado pelo Espírito e ainda continuar, por um tempo, a enxergar as coisas com os pressupostos antigos. 
É o caso dos crentes de Corinto, por exemplo. Alguns deles haviam sido impuros, idólatras, adúlteros, efeminados, sodomitas, ladrões, avarentos, bêbados, maldizentes e roubadores. Todavia, haviam sido lavados, santificados e justificados “em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (1 Co 6.9-11), sem que isso significasse que uma mudança completa de mentalidade houvesse ocorrido com eles. 
Na primeira carta que lhes escreve, Paulo revela duas áreas em que eles continuavam a agir como pagãos: na maneira grega dicotômica de ver o mundo dividido em matéria e espírito (que dificultava a aceitação entre eles das relações sexuais no casamento e a ressurreição física dos mortos – capítulos 7 e 15) e o culto à personalidade mantido para com os filósofos gregos (que logo os levou a formar partidos na igreja em torno de Paulo, Pedro, Apolo e mesmo o próprio Cristo – capítulos 1 a 4). Eles eram cristãos, mas com a alma grega pagã.

Da mesma forma, creio que grande parte dos evangélicos no Brasil tem a alma católica. Antes de passar às argumentações, preciso esclarecer um ponto. 
Todas as tendências que eu identifico entre os evangélicos como sendo herança católica, no fundo, antes de serem católicas, são realmente tendências da nossa natureza humana decaída, corrompida e manchada pelo pecado, que se manifestam em todos os lugares, em todos os sistemas e não somente no Catolicismo. Alma que não nasceu completamente, tem resquício da velha natureza.
Como disse o reformado R. Hooykas, famoso historiador da ciência, “no fundo, somos todos romanos” (Philosophia Liberta, 1957). 
Todavia, alguns sistemas são mais vulneráveis a essas tendências e as absorveram mais que outros, como penso que é o caso com o Catolicismo no Brasil. E que tendências são essas?

1) O gosto por bispos e apóstolos – Na Igreja Católica, o sistema papal impõe a autoridade de um único homem sobre todo o povo. 
A distinção entre clérigos (padres, bispos, cardeais e o papa) e leigos (o povo comum) coloca os sacerdotes católicos em um nível acima das pessoas normais, como se fossem revestidos de uma autoridade, um carisma, uma espiritualidade inacessível, que provoca a admiração e o espanto da gente comum, infundindo respeito e veneração.
Há um gosto na alma brasileira por bispos, catedrais, pompas, rituais. Só assim consigo entender a aceitação generalizada por parte dos próprios evangélicos de bispos e apóstolos autonomeados, mesmo após Lutero ter rasgado a bula papal que o excomungava e queimá-la na fogueira. 
A doutrina reformada do sacerdócio universal dos crentes e a abolição da distinção entre clérigos e leigos ainda não permearam a cosmovisão dos evangélicos no Brasil, com poucas exceções.

2) A idéia de que pastores são mediadores entre Deus e os homens (pontife= ponte)
– No Catolicismo, a Igreja é mediadora entre Deus e os homens e transmite a graça divina mediante os sacramentos, as indulgências, as orações. 
Os sacerdotes católicos são vistos como aqueles através de quem essa graça é concedida, pois são eles que, com as suas palavras, transformam, na Missa, o pão e o vinho no corpo e no sangue de Cristo; que aplicam a água benta no batismo para remissão de pecados; que ouvem a confissão do povo e pronunciam o perdão de pecados. 
Essa mentalidade de mediação humana passou para os evangélicos, com poucas mudanças. Até nas igrejas chamadas históricas, os crentes brasileiros agem como se a oração do pastor fosse mais poderosa do que a deles e como se os pastores funcionassem como mediadores entre eles e os favores divinos. 
Esse ranço do Catolicismo vem sendo cada vez mais explorado por setores neopentecostais do evangelicalismo, a julgar por práticas já assimiladas como “a oração dos 318 homens de Deus”, “a prece poderosa do bispo tal”, “a oração da irmã fulana, que é profetisa”, etc.

3) O misticismo supersticioso no apego a objetos sagrados – O Catolicismo no Brasil, por sua vez influenciado pelas religiões afro-brasileiras, semeou misticismo e superstição durante séculos na alma brasileira: milagres de santos, uso de relíquias, aparições de Cristo e de Maria, objetos ungidos e santificados, água benta, entre outros. 
Hoje, há um crescimento espantoso, entre setores evangélicos, do uso de copo d’água, rosa ungida, sal grosso, pulseiras abençoadas, pentes santos do kit de beleza da rainha Ester, peças de roupa de entes queridos, oração no monte, no vale; óleos de oliveiras de Jerusalém, água do Jordão, sal do Vale do Sal, trombetas de Gideão (distribuídas em profusão[abundância]), o cajado de Moisés... é infindável e sem limites a imaginação dos líderes e a credulidade do povo. 
Esse fenômeno só pode ser explicado, ao meu ver, por um gosto intrínseco pelo misticismo impresso na alma católica dos evangélicos. Muletas da fé.

4) A separação entre sagrado e profano – No centro do pensamento católico existe a distinção entre natureza e graça, idealizada e defendida por Tomás de Aquino, um dos mais importantes teólogos da Igreja Católica. 
Na prática, isso significou a aceitação de duas realidades coexistentes, antagônicas(contrario, oposto) e frequentemente irreconciliáveis: o sagrado, substanciado na Santa Igreja, e o profano, que é tudo o mais no mundo lá fora. 
Os brasileiros aprenderam durante séculos a não misturar as coisas: sagrado é aquilo que a gente vai fazer na Igreja: assistir Missa e se confessar. O profano – meu trabalho, meus estudos, as ciências – permanece intocado pelos pressupostos cristãos, separado de forma estanque(isolado, sem comunicação). 
É a mesma atitude dos evangélicos. Falta-nos uma mentalidade que integre a fé às demais áreas da vida, conforme a visão bíblica de que tudo é sagrado. 
Por exemplo, na área da educação, temos por séculos deixado que a mentalidade humanista secularizada, permeada de pressupostos anticristãos, eduque os nossos filhos, do ensino fundamental até o superior, com algumas exceções. 
Em outros países, os evangélicos têm tido mais sucesso em manter instituições de ensino que, além de serem tão competentes como as outras, oferecem uma visão de mundo, de ciência, de tecnologia e da história oriunda de pressupostos cristãos. 
Numa cultura permeada pela idéia de que o sagrado e o profano, a religião e o mundo, são dois reinos distintos e freqüentemente antagônicos, não há como uma visão integral surgir e prevalecer, a não ser por uma profunda reforma de mentalidade entre os evangélicos.

5) Somente pecados sexuais são realmente graves – A distinção entre pecados mortais e veniais feita pelo catolicismo romano vem permeando a ética brasileira há séculos. 
Segundo essa distinção, pecados considerados mortais privam a alma da graça salvadora e a condenam ao inferno, enquanto que os veniais(perdoáveis, leves), como o nome já indica, são mais leves e merecem somente castigos temporais. 
A nossa cultura se encarregou de preencher as listas dos mortais e dos veniais. Dessa forma, enquanto se pode aceitar a “mentirinha”, o jeitinho, o tirar vantagem, a maledicência, etc., o adultério se tornou imperdoável.
 Lula foi reeleito cercado de acusações de corrupção. Mas, se tivesse ocorrido uma denúncia de escândalo sexual, tenho dúvidas de que teria sido reeleito ou de que teria sido reeleito por uma margem tão grande.
Nas igrejas evangélicas – onde se sabe pela Bíblia que todo pecado é odioso e que quem guarda toda a lei de Deus e quebra um só mandamento é culpado de todos – é raro que alguém seja disciplinado, corrigido, admoestado, destituído ou despojado por pecados como mentira, preguiça, orgulho, vaidade, maledicência, entre outros. 
As disciplinas eclesiásticas acontecem via de regra por pecados de natureza sexual, como adultério, prostituição, fornicação, adição à pornografia, homossexualismo, etc., embora até mesmo esses estão sendo cada vez mais aceitáveis aos olhos evangélicos. Mais um resquício de catolicismo na alma dos evangélicos?

O que é mais surpreendente é que os evangélicos no Brasil estão entre os mais anticatólicos do mundo. Só para ilustrar (e sem entrar no mérito dessa polêmica), o Brasil é um dos países onde convertidos do catolicismo são rebatizados nas igrejas evangélicas.
O anticatolicismo brasileiro, todavia, se concentrou apenas na questão das imagens e de Maria e em questões éticas como não fumar, não beber e não dançar. Não foi e não é profundo o suficiente para fazer uma crítica mais completa de outros pontos que, por anos, vêm moldando a mentalidade do brasileiro, como já mencionei.
Além de uma conversão dos ídolos e de Maria a Cristo, os brasileiros evangélicos precisam de conversão na mentalidade, na maneira de ver o mundo. Temos de trazer cativo a Cristo todo pensamento, e não somente os nossos pecados. Nossa cosmovisão precisa também de conversão (2 Co 10.4-5).

terminando...

Quando vejo o retorno de grandes massas ditas evangélicas às práticas medievais católicas de usar no culto a Deus objetos ungidos e consagrados, procurando para si bispos e apóstolos, imersas em práticas supersticiosas, me pergunto se, ao final das contas, o neopentecostalismo brasileiro não é, na verdade, um filho da Igreja Católica medieval, uma forma de neocatolicismo tardio que surge e cresce em nosso país, onde até os evangélicos têm alma católica.
Quem é você, parte da família de Deus ou só parte de uma "igreja templo"?

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  Muitas pessoas ateias ou de varias religiões diferentes são bem sucedidas e todas elas tem algo em comum, e claro, não é religião, elas ac...